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Nos braços de Maria

A vida humana é feita de ciclos que se seguem uns aos outros. Cada começo costuma ser inseguro e frágil, mas a nova fase vai se firmando à medida que se desenvolve, até chegar ao seu próprio auge. Atingida a plenitude, o ciclo se esgota a si mesmo, anunciando a iminência do próximo, numa corrente de sucessivos desdobramentos.

Assim acontece com o sol a cada dia, e da mesma forma sucedem-se os anos. Todo fim de ano se dá num contexto de balanço, de análise do que ficou para trás. Por sua vez, todo ano que começa é ocasião de novos projetos e traz consigo novas esperanças, mas está também marcado pela incógnita, pois o homem nunca sabe o que o futuro lhe reserva.

Justamente por isso a Igreja, sábia Mestra da vida, instituiu no primeiro dia do ano a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. É uma forma, sem dúvida, de o homem consagrar-Lhe tudo aquilo que almeja realizar ao longo do ano que apenas se inicia; mas é também um filial reconhecimento de que todo empreendimento – e, portanto, todo ano – deve começar e terminar com Ela, n’Ela e por Ela. Por quê?

Foi nos braços de Maria que Jesus esteve no momento de seu nascimento, e foi igualmente nos braços d’Ela que se depositou o Corpo de Cristo ao ser descido da Cruz. Assim, Deus quis que a passagem de seu Unigênito por esta terra se iniciasse e se encerrasse junto ao Coração Imaculado d’Aquela que Ele escolhera, desde toda a eternidade, para ser sua perfeita Filha, Mãe e Esposa.

 

(Trecho do editorial da revista “Arautos do Evangelho”, nº 205, janeiro de 2019, p. 5. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )

Ilustrações: Arautos do Evangelho, Gustavo Krajl, freepic.

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