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Violeta ou rosa

Certas coisas se espalham e ganham prestígio no público, mas muitas vezes as razões pelas quais algo ou alguém tornou-se famoso perde-se com o tempo.

O caro internauta lembra-se de quem é Leandro Picci? Por que ele seria conhecido?

Já ouviu falar em Santo Antônio de Pádua? Sabe por que ele é tão famoso?

Provavelmente o internauta não conheça Leandro Picci. Quem escreve estas linhas também não. Simplesmente porque ele não existiu.

É bem diferente com Santo Antônio de Pádua: é ultra conhecido, venerado mundialmente. A ele se recorre em múltiplas dificuldades. Mas como ele tornou-se conhecido?

Antônio, ou melhor, Fernando — pois esse era seu nome de batismo — português de origem, queria ser missionário no norte da África mas ventos contrários fizeram o navio em que viajava aportar na Itália. Lá conheceu São Francisco de Assis e tornou-se franciscano. Exerceu com sucesso vários cargos na Ordem, mas a Providência o chamou aos estudos e a polêmica com heresias que então surgiram.

A Ordem franciscana, sempre fiel ao seu Fundador — ainda vivo — viu surgir com todo esplendor um franciscano que ao invés da esmola física distribuía a esmola da boa doutrina. E para isso estudava muito. Alguns se alarmaram. Afinal eram mendicantes! O que vem fazer um estudioso em nosso meio?

O “caso” chegou a São Francisco de Assis. Qual a reação deste mendicante por excelência? Teria imaginado que Frei Antônio estava fora do caminho?

Francisco, entretanto, manifestou enorme alegria em ver surgir no meio franciscano um estudioso. E não só aprovou mas incentivou Frei Antônio.

Seria longo para um simples post contar os feitos intelectuais de Santo Antônio. Apenas para se ter ideia, citemos pequeno trecho de um sermão do Santo, tão conhecido em suas imagens portando o Menino Jesus.

“Se maltratas uma criança, mas depois lhe mostras e dás de presente uma flor, uma rosa ou algo do gênero, ela se esquece da injúria recebida e, sem cólera alguma, corre a abraçar-te.

Da mesma forma, se ofenderes Nosso Senhor Jesus Cristo pelo pecado mortal ou qualquer ação injuriosa, mas depois Lhe ofereces a flor da contrição ou a rosa de uma confissão banhada em lágrimas — as lágrimas são o sangue da alma — Ele esquecerá tua ofensa, perdoará tua culpa e correrá a abraçar-te e oscular-te”.(1)

(1) Sermão no Natal do Senhor, 11, Santo Antônio de Pádua

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