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O PIOR CEGO

Um mundo em que a técnica parece resolver todos problemas, em que só se pensa em dinheiro ou prazeres, muitos podem ser levados a esquecer de Deus ou a imaginá-Lo tão abstrato que é como se não existisse.

Deus, porém, como Criador de todos nós — inclusive os que n’Ele não creem — faz ver seu poder de cá ou de lá. Nesse sentido, é impressionante a narração a seguir.

Trata-se de um milagre que não pode ser atribuído à auto-sugestão ou histeria, pois não está relacionado com nervos ou emoções, ou mesmo com tecidos alterados, mas com ossos fraturados que foram instantaneamente unidos: os ossos da perna de um homem adulto.

O fato ocorreu na Bélgica (1), na cidade de Jabbeke, próxima a Bruges. Pedro Rudder, camponês, teve sua perna fraturada pela queda de uma árvore. A fratura foi tão violenta que, depois de removidos os fragmentos do osso, os dois ossos que tinham ficado intactos podiam ser vistos na ferida separados por mais de uma polegada. A parte inferior, não mais aderiu à superior: “balançava em todas as direções como um trapo”.

Gruta de Lourdes em Oostacker onde ocorreu a cura de Pedro Rudder

Oito anos mais tarde, os ossos partidos ainda se recusavam a soldar, e um abscesso tinha-se formado em volta deles, causando uma horrível chaga. Cirurgiões, um após outro o examinaram e declararam ser incurável. O Professor Dr. Thiart, de Bruxelas, consultado como última esperança, aconselhou a amputação da perna. Pedro recusou.

Por mais de oito anos sofreu ele horríveis torturas, tendo que fazer curativos na ferida várias vezes por dia, arrastando-se com muletas, impossibilitado de dar à família a subsistência adequada.

Esgotadas todas as esperanças de recursos humanos, decidiu fazer uma peregrinação a cidade de Oostacker, onde há uma imagem de Nossa Senhora de Lourdes. Três homens carregaram-no e o colocaram no trem.

Doentes em Lourdes

Na gruta em Oostacker — réplica da gruta de Lourdes —, Pedro orou muito e fervorosamente. Primeiro pediu perdão por todos os seus pecados. Dirigindo-se a Nossa Senhora de Lourdes, pediu a graça de tornar-se apto para trabalhar e cuidar de seus filhos, e não mais viver de caridade.

Enquanto rezava, repentinamente sentiu um profundo arrepio por todo o corpo. Mal percebendo o que estava fazendo, começou a andar — sem muletas — em volta da gruta. Fez isso três vezes, e após, andou até o carro que devia levá-lo para a estação. Chegando a sua cidade, desceu do trem caminhando de forma normal.

Quando teve sua perna examinada, constatou que a ferida tinha cicatrizado. Nos poucos minutos em que esteve na Gruta os ossos tinham-se unido fortemente. Suas pernas estavam tão firmes e fortes como as de qualquer um. Não havia ficado nenhuma brecha e ambas as pernas estavam do mesmo comprimento.

O médico de Pedro, um agnóstico, ateu, no princípio recusou-se a acreditar, mas foi ver pessoalmente. Encontrou seu paciente num trabalho estafante, cavando no jardim.

Este médico, Dr. Van Hoestemberghe, posteriormente escreveu para o diretor da Corporação Médica:

“Pedro Rudder está indubitavelmente curado. Tenho-o visto muitas vezes durante os últimos oito anos, e meus conhecimentos médicos asseguram-me que tal cura é absolutamente inexplicável. Além do mais, ele foi curado completamente, repentinamente e instantaneamente, sem qualquer período de convalescença” .

“Não só foram os ossos de súbito unidos, mas uma porção de osso parece ter sido realmente criada para substituir aqueles fragmentos que eu mesmo vi saírem da ferida. Mas se é um milagre, então há algo além da lei da natureza; Deus existe, e certamente Ele deve ter dado alguma revelação de Si”.

* * *

Caro leitor internauta, talvez você tenha algum problema aparentemente sem solução. Que lhe parece fazer como Pedro Rudder. Não precisa fazer nenhuma viagem; basta ter fé e pedir. Jesus, antes das inúmeras e milagrosas curas realizadas em sua vida terrena, exigia sempre a fé: “Se podes crer… Tudo é possível aquele que crê” (Mt 9, 23).

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(Cf. CRANSTON, RUTH. O milagre de Lourdes. Trad. Ricardo Azzi, Ed. Melhoramentos, São Paulo, 1957, p. 136-137.)

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