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O Natal e o Reino de Maria

Ao vermos Jesus Menino na gruta tendo ao seu lado sua Mãe Santíssima e São José, não podemos deixar de lembrar como São Luís Grignion começa o seu Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem: “Foi por intermédio da Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo” (*)

Completa São Luís: “E é também por meio d’Ela que Ele deve reinar no mundo”, afirmação essa que deve nos alentar e encher de esperança pois a própria Nossa Senhora prometeu em Fátima: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará”.

Dirá alguém “mas, estamos no oposto desse triunfo”. Como se chegou onde estamos?

Antes do triunfo, uma grande crise e uma catástrofe

O que Nossa Senhora advertia na Cova da Iria era a existência de uma prodigiosa crise na sociedade, a qual, no fundo, não era senão a consequência de uma crise religiosa, que desembocaria numa catástrofe mais moral do que política.

Destruição na II Guerra Mundial

Essa crise seria um flagelo para a humanidade, se esta não desse ouvidos à voz da Rainha dos profetas. E, neste caso, àquele mal se sucederiam outros: guerras e perseguições à Igreja e ao Papa, martírios, várias nações seriam aniquiladas.

Nossa Senhora indicava, assim, a extensão de uma calamidade que se alastraria pela terra, ao cabo da qual, porém, o Imaculado Coração d’Ela triunfaria.

A crise moral clama pela intervenção de Deus

Apesar do aviso claríssimo de Nossa Senhora, a crise moral, de 1917 para cá, não fez mais que acentuar-se. As modas, as leis e os costumes cada vez mais abertamente estão defendendo o crime, o pecado, a aversão à Lei de Deus.

Está sendo instaurada uma completa inversão de valores, uma ordem de coisas que propicia o vício e dificulta a prática da virtude. E o motivo central desta profunda crise é, sem dúvida, o abandono da Religião.

A humanidade já não vive mais em função de seu Criador, mas de si mesma. Esqueceu-se de que seu fim nesta terra é amar a Deus e conquistar a salvação das almas. Diante de quadro tão dramático, como esperar que não venha sobre o mundo uma intervenção regeneradora? Como poderia Deus ignorar a imensa crise na qual o mundo está submerso, pela maldade dos homens?

Uma mudança da sociedade rumo à verdadeira conversão vai se tornando mais improvável. E à medida que caminhamos para o paroxismo da degradação moral, mais provável também é a efetivação dos castigos profetizados por Nossa Senhora.

Isso posto, resta-nos voltar o nosso olhar para uma luz que brilha no horizonte dos acontecimentos atuais, e que nos convida a confiar na promessa feita por Ela há cem anos: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.

O triunfo do Imaculado Coração de Maria será propriamente o Reino de Maria, ou seja, o ápice da História, quando o preciosíssimo Sangue de Cristo, derramado para nossa redenção, produzirá seus melhores frutos.

 

(*)  São Luís Grignion de Montfort, Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, Vozes, Petrópolis, 46ª edição, nº 1, p. 19.

(Adaptado de “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará”, de autoria do Mons. João Scognamiglio Clá dias, EP, Lumen Sapientiae, 2017)

 

Ilustrações: Arautos do Evangelho,Wiki.