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Nossa Senhora do Rosário de Fátima

É próprio da boa mãe, que ama seu filho, não ser indiferente às suas necessidades e aflições e, sobretudo, quando este se encontra em perigo e anda por vias tortuosas rumo ao desastre: prestimosa, ela vai a seu socorro. Ora, se assim é com qualquer dedicada mãe, o que não dizer d’Aquela que é a melhor de todas as mães, a Mãe de Deus e nossa?

Considere o leitor esta que é uma das maiores manifestações de amor de Nossa Senhora. Ela aparece em Fátima, em 1917, para os três pastorzinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta. Misericordiosamente adverte à humanidade que se afasta de Deus quanto aos castigos que se precipitarão sobre os homens caso não deixem de ofendê-Lo, indica os meios de salvação e promete o triunfo, por fim, de seu Imaculado Coração, o Reino de Maria.

Quais estes meios de salvação? A oração do Rosário, a prática dos cinco Primeiros Sábados e a devoção ao Imaculado Coração de Maria.

Por que a reza do Rosário? Não é possível, num artigo de curtas palavras, expor com largueza de argumentos a importância e adequação desta prática e, portanto, o quanto é ela recomendável. Bastaria, para nos mover a rezá-lo, simplesmente isto: nossa Mãe Santíssima pediu.

Limitemo-nos a considerar as belas palavras, cheias de fé e piedade, impregnadas de bom conselho, ditas pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira¹, a respeito das excelências do Santo Rosário:

Não há dúvida de que o Rosário ocupa privilegiadíssimo papel na história da piedade católica.

Em primeiro lugar, porque o Rosário liga o fiel a Nossa Senhora, e atrai para ele toda a sorte de graças celestiais. Em segundo lugar, porque o Rosário afugenta o demônio. Satanás tem ódio e terror do Rosário. Alguém que se sinta tentado, tome fervorosamente o Terço em suas mãos, e ver-se-á forte contra a investida do demônio.

Esse é, aliás, louvável e sábio costume: trazer sempre consigo o Rosário, seja durante o dia, seja durante a noite, enquanto descansamos. Que o Rosário esteja sempre conosco, e de nós nunca se separe. De maneira que, quando nossas mãos não puderem mais se abrir nem se fechar, mas forem cerradas por outros para nossa última atitude de oração, que o Rosário esteja enleado no meio de nossos ossos. E assim, no grandioso momento da Ressurreição dos mortos, quando novamente nossos corpos tomarem vida, entre nossos dedos reanimados se encontrará o Santo Rosário, o qual oscularemos depois de tantos séculos!

Excelente meio de venerar a Mãe de Deus, é incalculável a torrente de bênçãos que a recitação do Rosário efundiu sobre a Cristandade. Por isso, Papas e autoridades eclesiásticas não se cansam de elogiá-lo, além de enriquecê-lo com toda espécie de indulgências.

E concluí o pensador católico: “Se tal não bastasse, a Santíssima Virgem, querendo Ela mesma incentivar essa inestimável devoção, mais de uma vez apareceu trazendo em suas mãos virginais o piedoso instrumento”.

Reafirmando a excelência do Santo Rosário e o grande apreço que somos convidados a ter por ele, Mons. João S. Clá Dias observa com muito acerto:

Foi somente na última aparição, em 13 de outubro, que Nossa Senhora consentiu em revelar sua identidade às três crianças, utilizando estas simples palavras: ‘Eu sou a Senhora do Rosário’. Não poderia haver maior prova de apreço da Mãe de Deus por esta devoção.²

Nossa Senhora de Fátima, que bem poderíamos invocá-la como Nossa Senhora do Rosário de Fátima, nos conceda a graça de todos os dias rezarmos o Santo Rosário, com verdadeiro fervor filial, em atenção ao seu pedido em Fátima. E, transpostos os umbrais da morte, quando nos apresentarmos diante de Seu Divino Filho, nos daremos conta o quanto foi benéfico para nós, para aqueles a quem amamos e para a humanidade, termos atendido ao apelo feito por Nossa Senhora aos três pastorzinhos: a reza do terço.

A respeito dos outros dois meios de salvação indicados por Nossa Senhora, a prática de Devoção dos Cincos Primeiros Sábados e a devoção ao Imaculado Coração de Maria, fica sua abordagem para um próximo artigo.

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¹ Plinio Corrêa de Oliveira. A beleza do Rosário, nas palavras de Plinio Corrêa de Oliveira In Mons. João S. Clá Dias,EP. Fátima, Aurora do Terceiro Milênio. Campinas: Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima. Impressão: Takano Editora Gráfica Ltda. Março de 1998, p.118.

² Mons. João S. Clá Dias, EP. O Rosário, a oração da Paz. São Paulo: Impressão e Acabamento Copy Service Gráfica e Fotolito Ldda. Abril 2008, p. 6.