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Escolha da verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria – Resumo do Tratado (V)

Existem falsas devoções à Santíssima Virgem Maria? E se existem, no que consiste a verdadeira devoção a Nossa Senhora? Com verdadeira didática, São Luís Maria de Montfort aborda esta interessante e benéfica temática, nos indicando – de forma vigilante – como recusarmos as falsas devoções e abraçarmos com segurança aquela que é verdadeira. Acompanhemos o Santo mariano neste quinto Resumo do Tratado da Verdadeira devoção à Santíssima Virgem.

CAPÍTULO III

Escolha da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria

Sinais da Falsa e da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria

São Domingos recebendo o rosário

Guardemo-nos das falsas devoções. Tenhamos cuidado para não sermos como os devotos críticos, que não acreditam em nada e criticam tudo; os escrupulosos, que temem ser demasiado devotos da Santíssima Virgem, por respeito para com Jesus Cristo; os exteriores, que fazem consistir toda a sua devoção em práticas externas; os presunçosos, que, ao abrigo da sua falsa devoção à Santíssima Virgem, apodrecem nos seus pecados; os inconstantes que, por leviandade, variam as suas práticas de devoção, ou as deixam completamente à menor tentação; os hipócritas, que entram em confrarias e usam as insígnias da Virgem a fim de se passar por bons, e finalmente, os interesseiros, que só recorrem à Santíssima Virgem para ser livres dos males do corpo, ou obter bem temporais.

A Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem

Depois de termos descoberto e condenado as falsas devoções à Santíssima Virgem, é necessário estabelecer em poucas palavras a verdadeira, que é:

  1. Interior – nasce do espírito e do coração.
  2. Terna – faz com que uma alma recorra a Maria em todas as necessidades, com muita simplicidade, confiança e ternura.
  3. Santa – leva a alma a evitar o pecado e a imitar as virtudes de Maria.
  4. Constante – Fortalece a alma no bem, levando-a a não abandonar com facilidade os seus exercícios de devoção.
  5. Desinteressada – Não ama Maria propriamente porque recebe ou espera d’Ela algum bem, mas sim porque Ela é amável.

As práticas da verdadeira Devoção à Santíssima Virgem

Principais práticas interiores

1ª. Honrá-la com o culto de hiperdulia, ou seja, estima-la acima de todos os outros santos, como sendo obra-prima da graça, e a primeira depois de Jesus Cristo.

2ª. Meditar suas virtudes, privilégios e ações;

3ª. Contemplar as suas grandezas;

4ª. Dirigir-lhe atos de amor, de louvor e de reconhecimento;

5ª. Invocá-la com todo o coração;

6ª. Oferecer-se e unir-se a Ela;

7ª. Fazer as suas ações com o fim de lhe agradar;

8ª. Começar, continuar e terminar todas as ações por Ela, n’Ela, com Ela e para Ela, a fim de fazê-las por Jesus Cristo.

Principais práticas exteriores

1ª. Inscrever-se em suas confrarias e ingressar em suas congregações;

2ª. Ingressar nas ordens religiosas instituídas em sua honra;

3ª. Publicar os Seus louvores;

4ª. Dar esmolas, jejuar e fazer mortificações em sua honra;

5ª. Trazer as suas insígnias como o Santo Rosário ou o Terço, o escapulário, a medalha milagrosa ou a cadeiazinha.

6ª. Rezar com modéstia, atenção e devoção o Santo Rosário;

7ª. Cantar e fazer com que se cantem em sua honra cânticos espirituais;

8ª. Dirigir-lhe genuflexões ou inclinações, dizendo-lhe a cada manhã: “Ave-Maria, Virgem Fiel!”, para obter por meio dela fidelidade às graças de Deus durante o dia; e à noite: “Ave, Maria, Mãe de misericórdia!”, para pedir por Ela perdão a Deus dos pecados cometidos durante o dia;

9ª. Cuidar das suas confrarias, enfeitar os seus altares, coroar e embelezar as suas imagens;

10ª. Levar e fazer com que sejam levadas em procissão as suas imagens, e trazer uma consigo, como arma poderosa contra o espírito maligno;

11ª. Mandar fazer e colocar imagens suas, ou o seu Nome, nas igrejas, nas casas, nas portas e entradas das cidades, igrejas e habitações;

12ª. Consagrar-se a Ela duma maneira especial e solene.