São Carlos Borromeu: o Santo que indicou e percorreu o caminho da Cruz
Ficamos impressionados, ou melhor, movidos à adoração d’Aquele que nos aconselhou a sermos como Ele, que é “manso e humilde de coração”, ao se manifestar não só em sua divina Misericórdia, mas também na sua Justiça, ao reprovar o mal.
Bem diferente desta atitude reprovada pelo Divino Mestre, encontramos aqueles que não só indicam, mas trilham o caminho muitas vezes cheio de cruzes e, pelo exemplo, suavizam os sofrimentos alheios, atraindo-os para Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.
É o que podemos admirar na vida do grande São Carlos Borromeu, Bispo de Milão, Sucessor dos Apóstolos, Príncipe da Igreja e Servo do seu rebanho.
Conta-nos a história que, em 1576 a cidade de Milão fora atingida pela terrível peste que dizimava a população. Não somente as mortes causadas pela epidemia constituíam um grande sofrimento para o Pastor daquele rebanho, mas também sofria pelo fato de ver que ninguém se movia a auxiliar os atingidos pela doença, por medo de contágio.
Diz-se que “o amor engendra”, produz frutos. Viu o Bispo que apenas palavras não bastariam para mover as pessoas a socorrerem as vítimas.
Qual foi sua atitude? Mais do que palavras, ele próprio foi de casa em casa, procurando especialmente aqueles casos mais graves, consolando os aflitos e administrando os Sacramentos. Não bastasse isto, ele “saía, depois, à janela das casas e, com vozes que cortavam os corações, convidava tanto a sacerdotes como a seculares a que o ajudassem naquela obra de caridade”. ¹
Qual o resultado deste heróico exemplo e tão comovente admoestação?
As palavras comovem, o exemplo de São Carlos “arrasta”
O Padre Francisco Alves nos conta que “ante aquele formoso exemplo do Santo Arcebispo, muitos cidadãos se sentiram impelidos a socorrer os empestados. Até os sacerdotes, que haviam fugido, voltavam para sacramentar os moribundos, sendo coadjuvados por outros vindos do estrangeiro”. ²
Conforme narra nosso Sacerdote redentorista, deste holocausto a serviço do próximo, durante um ano e meio de epidemia, perderam a vida cento e vinte sacerdotes seculares, além de dois jesuítas, dois barnabitas e quatro frades capuchinhos!
Levou ainda, nosso Santo Bispo, sua dedicação para além dos limites do que se possa imaginar. Caminhando a pé descalço, promovia e fazia grandes procissões para obter de Deus misericórdia e que afastasse tal epidemia.
Com efeito, São Carlos Borromeu imitou o Amor e o Holocausto de Jesus, d’Aquele que é ao mesmo tempo Sacerdote e Vítima por excelência, que teve como causa de sua total entrega – no dizer de Mons. João S. Clá Dias, EP – o amor por nós. ³
Assim são os Santos. Indicam o caminho da Cruz e do sofrimento e eles próprios o percorrem com santa ousadia!
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¹ Pe. Francisco Alves, C.SS.R. São Carlos Borromeu e a epidemia In Tesouro de Exemplos. v. I, 2. Ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1958, p. 160
² Obra citada, p. 160
³ Mons. João S. Clá Dias. Amor e holocausto In http://presbiteros.arautos.org/category/mons-joao-s-cla-dias/ – Acesso em: 04 nov 2017
Que belo exemplo de como devemos encarar os sofrimentos nossos e os do próximo nos dá esse grande santo São Carlos Borromeu!!
De fato, D. Simone, o que nos encanta na vida de São Carlos Borromeu é a realização desta verdade: as palavras comovem, os exemplos arrastam. Ele se adiantou no caminho da Cruz que indicou.
Como faz falta outros São Carlos Borromeu nos dias de hoje! Se os que deviam dar exemplo fizessem o mesmo, não estariamos na situação de cáos que está o mendo. Peçamos ao Senhor que envie verdadeiros “operários” como esse. Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós! Lúcio
Caríssimo Lucio, é por esta razão que a Santa Igreja nos apresenta os Santos como modelos para os cristãos. E quantos os há ao longo da História do Corpo Místico de Cristo. A questão é nos, pela graça, imitarmos a eles. Sem dúvida, o mundo seria bem melhor!