Vencendo a grande dificuldade
Acabávamos de chegar de uma jornada de formação religiosa e cultural para jovens. Contentes, pois muitos deles ficaram interessados e até entusiasmados com as perspectivas abertas para a alma ao dedicar-se em progredir na virtude, fazer bem aos colegas, enfim de sair da rotina na qual, muitas vezes, o interlocutor é um frio computador, os “amigos” são virtuais e a única distração é um vídeo game ao fim do qual sentiam-se frustrados por estarem às voltas com coisas irreais.
O que lhes foi dito sobre a verdadeira felicidade, abriu em suas almas panoramas e possibilidades insuspeitadas até então.
No meio do nosso contentamento, vimos com alegria chegar o Monsenhor João Clá, Fundador e Superior dos Arautos do Evangelho. Queria nos dizer algo.
O que seria?
Afável como sempre, abordou uma questão que seria delicada se não conhecêssemos seu invariável desejo de nos encaminhar sempre para a prática da virtude, para o entusiasmo com as coisas de Deus e da Igreja.
Explicou-nos que estava contente com o fruto das atividades de evangelização por nós exercidas e queria prevenir-nos sobre o risco muito comum de ocorrer quando algo dá bons resultados.
É o risco de atribuirmos unicamente a nossos esforços, a nossos dons (reais ou imaginários) os êxitos obtidos.
Figurou então uma situação bastante formativa:
Imaginássemos Nosso Senhor Jesus Cristo — Deus portanto — fazendo uma preleção para um auditório dos 300 homens mais sábios, mais inteligentes, mais capazes de prestar atenção de todos os tempos. Para citar um exemplo, que estivessem presentes pessoas do porte de Salomão ou São Tomás de Aquino, Doutor máximo da Igreja.
Imaginássemos que, por absurdo, Jesus usasse apenas recursos humanos, naturais e não fecundasse suas palavras com a graça de que Ele é Autor e Fonte.
Ele não conseguiria convencer nenhum dos presentes em nada na linha do sobrenatural ou de desejo de virtude.
Por que? Ninguém é capaz de nenhum ato sobrenatural sem ajuda da graça de Deus, obtida a rogos de Nossa Senhora, medianeira de todas as graças.
Um conselho para toda vida
Sugeriu que rezássemos todos os dias, pedindo:
Nossa Senhora nos compenetre de que ninguém é capaz de conhecer nada que vá na linha da verdade, do bem e do belo se não for por uma graça obtida por Ela;
Nossa Senhora nos compenetre de que ninguém é capaz de amar nada que conheceu na linha da verdade, do bem e do belo se não for por uma graça obtida por Ela;
Nossa Senhora nos compenetre de que ninguém é capaz de praticar nada do que conheceu e amou na linha da verdade, do bem e do belo se não for por uma graça obtida por Ela;
Nossa Senhora nos compenetre de que ninguém é capaz de perseverar na prática daquilo que conheceu e amou na linha da verdade, do bem e do belo se não for por uma graça obtida por Ela.
E, ressaltava o Monsenhor: o ponto mais difícil, especialmente para povos como o brasileiro, é a perseverança.
Tudo que nos disse o Mons. João Clá foi — e está sendo — de tal utilidade para tarefas de evangelização e na nossa vida individual que não quisemos privar o caro leitor dessas observações.
Aplique para si e verá como o Monsenhor tem razão.
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