Pedido de Mãe. Ousaremos não atender?
Em Fátima, em todas seis aparições, Nossa Senhora pediu: “Rezem o terço todos os dias”. Diante de uma tal insistência, de nossa Mãe, porque é Mãe de Jesus ousaremos não atender? Tanto mais que o complemento da frase da Santíssima Virgem é: “para obterem a paz no mundo e nas famílias”.
Temos um mundo em paz? O geral das famílias não se encontra muitas vezes em situações difíceis, e lhes falta a paz? Por que então não atender o pedido cujo cumprimento nos traria a paz? As considerações que seguem podem nos ajudar a atender o pedido maternal ao ver o valor que tem a oração do Rosário.
ELO DE UNIÃO ENTRE O CÉU E A TERRA
Diana Compasso de Araújo
Após ser entregue por Nossa Senhora a São Domingos de Gusmão, em 1214,como arma terrível contra a heresia albigense, o Santo Rosário não ficou confinado dentro dos limites da nação francesa, nem restrito à Ordem Dominicana, mas se estendeu rapidamente por toda a Igreja, tornando-se logo uma devoção universal.
Recita-se o Terço na velha Europa, nas distantes Filipinas e em todos os recantos do nosso enorme Brasil. Não obstante, são poucos os fiéis que se beneficiam inteiramente dessa maravilhosa devoção, por causa de uma ideia errônea: consideram-na como uma espécie de solilóquio, durante o qual reza-se umas tantas Ave-Marias e pede-se algumas graças, sem que haja um convívio real com Maria Santíssima. Ela Se nos afigura escutando de um lugar longínquo, donde atende, sempre benévola, os poucos pedidos que Lhe chegam.
Ora, acontece exatamente o contrário: a recitação do Santo Rosário é um dos momentos em que a Santíssima Virgem fica mais próxima de nós e nos fala com mais eloquência.
Como bem explica o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, nessa oração reúnem-se a oração mental — através da meditação dos mistérios da vida de Nosso Senhor e de sua Mãe — e a oração vocal. Tal conjunção “é verdadeiramente esplêndida, pois, enquanto se profere com os lábios uma súplica, o espírito se concentra num ponto”. (1)
O Prof. Plinio ainda afirma: “Assim o homem faz na ordem sobrenatural tudo quanto pode. Porque através de suas intenções se une àquilo que seus lábios pronunciam, e por sua mente se entrega àquilo que seu espírito medita”. (2)
E é nesta conjunção que os Céus descem àquele que eleva seu espírito às maravilhas celestes. Durante a contemplação dos mistérios, forma-se na alma de quem reza um elo de união entre a eternidade e o tempo, entre o Céu e a terra, uma prefigura da contemplação do grande mistério da Santíssima Trindade.
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(1) CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. O Rosário, caminho para a vitória! In: Dr. Plinio. São Paulo. Ano XIII. N.146, maio de 2010, p.26.
(2) Idem, ibidem
(Trechos do artigo do mesmo título publicado na revista Arautos do Evangelho, nº 190, outubro de 2017, p. 28-29. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )
Ilustrações: Arautos do Evangelho
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