Confiança, é Natal!
Nesta noite de Natal — uma ocasião repleta de sentimentos de paz, alegria e esperança— vêm-nos também à lembrança os muitos dramas dos dias de hoje. Enquanto avançamos nas sendas do terceiro milênio, o horizonte se obscurece em razão das muitas crises em curso, as quais não apenas ocupam o noticiário, mas interferem cada vez mais em nossas próprias vidas.
A crise econômica, a crescente criminalidade, os constantes conflitos no Extremo e Médio Oriente, África. Advertências sobre o aquecimento global e a degradação do meio ambiente.
CRISE MORAL
Muito mais grave é a crise moral: o comportamento de uma juventude sem valores, sem freios e sem ideais; no domínio de modas extravagantes e sem pudor; na avalanche publicitária de pornografia e de violência; enfim, na adoração do pior dos ídolos modernos: o próprio indivíduo, egoísta, relativista e vaidoso.
Na atualidade, nem mesmo a inocência da infância é respeitada, e a família cristã, base de nossa civilização, parece destinada a desaparecer, ou a ficar reduzida a uma expressão tão diminuta que equivale à extinção.
A simples enumeração dos males de hoje ainda iria longe, mas o elenco acima é suficiente para configurar a gravidade do momento presente. E tudo parece perdido, caso seja considerado sob um prisma meramente humano, mas não se for olhado com os olhos da Fé…
NÃO PREVALECERÃO
Há pouco mais de dois mil anos, a perspectiva do mundo não era menos crítica do que agora. Por toda a extensão do Império Romano e além dele, a sociedade estava afundada em imoralidades, desonestidades, egoísmos e brutalidades.
Por incrível que pareça, essa situação era prenunciadora de glórias e misericórdias extraordinárias de Deus para a humanidade. Tudo começou quando nasceu uma menina concebida sem pecado, a qual ia tornar-Se a Mãe do Salvador, origem dos luzimentos do anúncio da Boa Nova, da fundação da Santa Igreja Católica e do surgimento de uma civilização moldada segundo a lei do Evangelho.
Assim, “onde abundou o pecado, superabundou a graça”, conforme nos diz São Paulo (Rm 5, 20). Parece ser que — como as portas do inferno jamais prevalecerão contra a Igreja — quanto maior for a crise, mais bela será a época histórica posterior a ela.
No momento de recordarmos o nascimento do Menino Jesus em Belém, cresce-nos a confiança de que caminhamos para uma era cristã de belezas inimagináveis, apesar — e talvez por causa — das dramáticas crises atuais.
Com essa perspectiva bem presente na mente e no coração, desejamos a todos um santo, feliz e esperançoso Natal.
(Adaptado da revista Arautos do Evangelho, nº 84, dezembro de 2008, p.5. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )
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