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A montanha na qual Deus quis morar

Ao longo da História, Deus escolheu o alto dos montes para Se manifestar aos homens: no Sinai, entregou a Moisés as tábuas da Lei; as Bem-Aventuranças foram ensinadas pelo Divino Mestre no “Sermão da Montanha”; para transfigurar-Se ante três de seus discípulos, Cristo elegeu o Tabor; e no Calvário ofereceu-Se ao Pai como o Cordeiro sem mancha, para a Redenção do gênero humano.

Séculos antes de vir ao mundo o Homem Deus, havia já cantado o Salmista: “Monte de Deus é o monte de Basã, monte elevado é o monte de Basã. Por que tendes inveja, montes elevados, do monte que Deus escolheu para morar? O Senhor vai morar nele sempre” (Sl 68, 16-17).

Qual seria essa montanha na qual quis Deus habitar para sempre,prevista já no Antigo Testamento? São Luís Grignion de Montfort, na sua famosa Oração Abrasada proclama: “Qual é, Senhor Deus de verdade, essa montanha misteriosa de que nos dizeis tantas maravilhas, senão Maria, vossa diletíssima Esposa, cuja base pusestes sobre o cimo das mais altas montanhas? (Sl 87, 1)

             Monte Tabor

É Maria, a Mãe de Deus, esse elo entre o tempo e a eternidade, entre a pequenez do ser humano e a infinitude de Deus que n’Ela Se fez homem para comunicar aos homens sua divindade. Ensina-nos a Igreja, num lindo hino da piedade católica: “Maria mons, Maria fons, Maria pons”. Maria é a montanha (mons) de todas as virtudes, a fonte (fons) da qual seu divino Filho faz jorrar todas as graças, a ponte (pons) que permite atravessar todos os abismos.

Portanto, apesar dos defeitos e lacunas inerentes à condição humana, nada devemos considerar como motivo de aflição, pois é Nossa Senhora a mais excelsa de todas as mães. A compaixão d’Ela vale mais do que os castigos merecidos por nossos delitos; e se nossos pecados constituem um abismo, sua clemência é uma verdadeira montanha.

Habitantes de um “vale de lágrimas”, galguemos essa Montanha de misericórdia na qual Deus Se compraz maravilhosamente, certos de que por intercessão d’Ela alcançaremos a bem-aventurança eterna.

 

(Do artigo com o mesmo título, de autoria de Beatriz Alves dos Santos, na revista Arautos do Evangelho, nº 111, de março de 2011, p.50-51. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )

 

Ilustrações: Arautos do Evangelho,pixabay,Wiki