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O Guarda suíço

É mundialmente conhecida a famosa Guarda Suíça, não só pela disciplina, pela bela vestimenta, como pela sua dedicação em zelar pela pessoa sagrada daquele que Jesus constituiu como “pedra sobre a qual edificou a sua Igreja”.

Muitos dos guardas suíços, ao longo dos séculos deram exemplo dessa dedicação, chegando às vezes a sacrificar a própria vida na defesa daquele que Santo Inácio de Loyola chamava “o doce Cristo na terra”.

Tiveram exemplos históricos para seguir.

O maior desses exemplos é aquele que levantou-se em defesa de Deus ultrajado pela revolta de satanás: São Miguel Arcanjo, comemorado no dia 29 de setembro.

No século XIX o Papa Leão XIII, face a crise na qual o mundo — e com ele a Igreja — começava a se debater, incentivou recorrer a São Miguel para fazer face às dificuldades que vão chegando ao auge em nossos dias.

De fato, a ousadia do mal não fez senão crescer, e conforme palavras do Papa Leão XIII ⁽⁺⁾ “encheram de amargura a Igreja” chegando a querer atingir o que a Igreja tem de mais sagrado. Diz o Papa: “Ali onde está constituída a sede de São Pedro, a cátedra da Verdade para iluminar os povos, aí colocaram o trono de abominação da sua impiedade, para que, ferido o Pastor, se dispersassem as ovelhas”.

E pedia a São Miguel: “Vinde, pois, e dai a vitória ao povo de Deus, contra as perversidades espirituais que irrompem. A Igreja vos venera como seu guarda e protetor (…). Rogai, pois , pois ao Deus da Paz que esmague satanás sob nossos pés a fim de que não mais possa manter cativos os homens e fazer mal à Igreja”.

Nesta oração, o Santo Padre, usando do poder que lhe foi dado por Jesus na pessoa de São Pedro, invectiva o inimigo de Deus: “Ordena-te a majestade de Cristo, Verbo eterno de Deus feito Carne, que para salvar nossa raça perdida por teu ódio Se humilhou a Si mesmo, fazendo-se obediente até a morte; que edificou sua Igreja sobre a rocha firme, e decretou que as forças do inferno nunca prevaleceriam contra ela, porque permaneceria com ela todos os dias, até a consumação dos séculos”.

Próximo ao final da oração, faz essa afirmação consoladora: “Dá lugar à Igreja, Una, Santa, Católica e Apostólica, que o próprio Cristo adquiriu com seu sangue”.

Fazemos nossas as palavras do Papa. Como bom soldado São Miguel virá em ajuda da Igreja e de cada um de nós, para estabelecer o reinado d’Aquele que a Escritura chama “o Príncipe da Paz”, e que afinal “venha a nós o seu reino”. Este Reino só poderá ser o Reino da Paz.

Antes que chegue, confiemos.

Nosso bom “guarda suíço” a todos nos ajude a colaborar nessa missão de paz e de concórdia.

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⁽⁺⁾ Rituale Romanum, Desclée & Soc., Romae-Tornaci, Typis Polyglottis Vaticanis, 1942.
Ilustrações: Arautos do Evangelho, Gustavo Krajl.

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