A benquerença no convívio humano
“O homem é um lobo para outro homem”. ¹ Esta chocante frase de Plautus talvez não nos cause tanta má impressão quanto a do filósofo Sêneca: “Tornei-me ainda mais cruel e menos homem, porque estive entre os homens”.² Como explicar que possamos ser um lobo para o próximo e tratá-lo com crueldade? Por que será que presenciamos a crescente falta de respeito, ou desprezo, e até mesmo a agressividade no trato com o próximo?
Com efeito, está na nossa natureza o desejo de nos relacionarmos. O trato com o outro nos é necessário, e nosso instinto de sociabilidade reclama o convívio. Mas esse instinto mal conduzido e desequilibrado degenera num relacionamento não raramente marcado por desastres que nos chocam. Qual a real causa das crueldades hodiernas existentes no trato humano?