Category: Atividades internas, Viagens
Tags: Anchieta, Apóstolo do Brasil, caridade evangelizadora, descoberta das Américas, Espírito Santo, Igreja Nossa Senhora da Assunção, jesuítas, Museu Anchieta, Museu Nacional de Anchieta, Padre Anchieta, Padre Diogo Fernandes, panoramas políticos e econômicos para a Europa no século XVI, terras do Novo Mundo, trabalho dos índios catequizados
Se a descoberta das Américas descortinou novos panoramas políticos e econômicos para a Europa no século XVI, não menores perspectivas abriu para a Igreja no campo espiritual. Aqui aportavam as naus repletas de ousados colonizadores e dedicados religiosos que, abandonando o continente civilizado, aventuravam-se pelas terras do Novo Mundo. Semelhantes na coragem, muito divergiam eles, porém, nos objetivos. Segundo expressão do Padre Anchieta, desembarcavam “os expedicionários em busca de ouro para as arcas do Rei, e os padres em busca de almas para o tesouro do Céu”.
Essa coragem missionária que animava o coração do “Apóstolo do Brasil” deixou no litoral no Espírito Santo uma lembrança que perpetua até hoje e nos faz sentir a fragrância da sua caridade evangelizadora.
A Igreja Nossa Senhora da Assunção é uma das mais antigas do Brasil. Monumento histórico que deve sua construção ao padre José de Anchieta. É composta por um conjunto histórico – Igreja de Nossa Senhora da Assunção e a antiga residência do “Apóstolo do Brasil”, hoje Museu Nacional de Anchieta.
Construída no século XVI, provavelmente ela não estava totalmente pronta quando ele faleceu, no ano de 1597. Isso explica o fato de Anchieta não ter sido sepultado nela como era costume dos jesuítas, e sim, na igreja de Santiago, em Vitória, que é hoje o Palácio Anchieta, sede do Governo do Estado. Só depois de algum tempo toda a obra ficou concluída.
A edificação da Igreja foi feita com o trabalho dos índios catequizados. Na obra, empregaram-se pedras e blocos de recife presos com argamassa feita com óleo de baleia. Era desta maneira que os jesuítas construíam seus templos no Brasil.
Junto à Igreja, construiu-se a residência dos padres. Ainda hoje quem observa a histórica edificação, no alto do morro sobre a foz do rio Benevente, nota que sua fachada é formada pela Igreja e pela antiga residência dos jesuítas.
Nessa residência moravam os padres, para darem melhor assistência aos numerosos índios da aldeia de Rerigtiba. Acredita-se que o Padre Diogo Fernandes, companheiro de Anchieta, tenha sido o primeiro jesuíta a ser enterrado na Igreja de Nossa Senhora de Assunção. O edifício também constitui atualmente, precioso patrimônio histórico onde funciona o Museu Anchieta.
Na espaçosa praça, em frente à matriz, encontra-se, desde 1922, o busto de bronze do Padre José de Anchieta.
Quando se deu a expulsão dos jesuítas do Brasil, em 1759, a igreja de Nossa Senhora da Assunção tornou-se a Matriz da vila Benevente. Os cômodos da residência onde tinham morado os padres passaram a servir de Câmara Municipal, cadeia pública, Fórum e aposentos do Juiz da Vila. Pessoas importantes, de passagem por Benevente, hospedaram-se ali. Em 1860, o Imperador Dom Pedro II, ao viajar pelo Espírito Santo, visitou o histórico edifício. Desde a expulsão dos jesuítas, foram muitas as obras feitas, tanto na Igreja, como na antiga Residência Jesuítica, modificando a construção original.
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