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Uma assembleia na marcenaria

Imaginemos uma cena curiosa.

Numa carpintaria está acontecendo uma reunião. O Comitê das Ferramentas está reunido para acertar algumas diferenças.

O martelo exerce a presidência, mas os participantes lhe notificam que terá que renunciar. Por que?

— Ah! Faz muito barulho, passa o tempo todo dando golpes… É um absurdo.

O martelo reconhece, mas pede também que seja expulso o parafuso.

— O parafuso dá muitas e muitas voltas para conseguir resolver alguma coisa.

O parafuso concorda. Mas por sua vez pede que seja expulsa a lixa.

— Ela é muito áspera, entra sempre em atrito com os outros.
A lixa coitada acata a decisão. Mas também tem uma condição: que seja expulso o metro.

— Ele anda medindo os outros segundo a sua medida como se fosse o único perfeito.

No auge dessa discussão entra o carpinteiro. Silencio geral.
Ele junta as ferramentas e começa a trabalhar.

Utiliza o martelo, a lixa, o metro, o parafuso, finalmente de uma rústica madeira surge um finíssimo móvel.

Depois disso, quando as ferramentas ficaram sozinhas a assembleia recomeçou.

Nesse momento quem toma a palavra é o serrote que havia ficado caladinho. E diz:

— Amigos, ficou demonstrado que todos temos defeitos, mas vejam, o carpinteiro trabalhou com as nossas qualidades, com nossos pontos fortes.
Assim proponho um trato, não vamos mais ficar ressaltando os pontos fracos uns dos outros, mas vamos valorizar os nossos pontos fortes.

* * *

Voltemos ao nosso mundo real, esse mesmo que nós vivemos no dia a dia.

Também nós corremos o risco de nos envolvermos em reuniões semelhantes à essa da carpintaria. Quantas vezes já aconteceu de ficarmos atentos só aos defeitos das pessoas que estão à nossa volta.

Essa pequena estória, pode nos ensinar o quanto é importante colocarmos nossa atenção nas qualidades das pessoas, mesmo que não tenhamos muita simpatia.

Que tal fazermos isto hoje? Vou ficar hoje prestando atenção nas qualidades das pessoas com as quais tiver contato. Aquelas que passarem por mim, aquelas com quem eu convivo. E, procurar ver seus lados bons, destacar uma qualidade, fazer um comentário elogioso. Se ela tiver algum defeito, eu não tenho poder para mudar: simplesmente deixo de lado, não preciso fazer observação. Uma atitude assim melhora a qualidade do nosso relacionamento, da nossa qualidade de vida, nos lugares por onde passamos.

Na verdade é a aplicação do ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo que disse: “porque procuras tirar o argueiro do olho o teu irmão? Tira primeiro a trave que está no teu olho”. (Mt 7, 3)

Se tratarmos melhor as pessoas, seremos melhor tratados por elas.

Pense nisto.

Assista o vídeo dessa assembléia em:http://www.arautos.org/tv/interna.html?id=818