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Por que Quarta-feira de Cinzas?

Na Igreja Católica qualquer ato litúrgico tem um significado profundo, uma lição de sabedoria e uma graça própria. Assim é também quando na Quarta-feira de Cinzas o sacerdote põe em nossas frontes a cruz de cinzas e nos convida à inteira conversão.

Qual a origem e o sentido deste cerimonial?
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Ao longo de toda História, já no Antigo Testamento, em diversas ocasiões as cinzas são usadas como sinal de penitência e arrependimento. No Evangelho — portanto já no Novo Testamento — Nosso Senhor Jesus Cristo indica o valor da cinza como elemento penitencial ao increpar Corozaim e Betsaida, dizendo que, “se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito tempo elas se teriam arrependido sob o cilício e a cinza” (Mt 11, 21).

 

A IGREJA DÁ CONTINUIDADE AO USO DA CINZA

 

A cinza colocada na fronte dos fiéis nesse dia é obtida pela combustão dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano precedente. Antes de usá-la, o sacerdote a abençoa, e, enquanto a impõe, usa uma destas duas frases bíblicas: “Lembra-te, homem, que és pó e ao pó hás de voltar” (cf. Gn 3, 19) ou “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 15).

A primeira lembra a fragilidade da nossa natureza humana, tão bem simbolizada pelo pó e pela cinza, fim implacável de nossos corpos mortais.

A Liturgia eleva, assim, nossas vistas para a eternidade, de que estamos aqui para entesourar valores eternos, e não aqueles que são comidos pela Terra.

A segunda realça a necessidade da verdadeira conversão, advertência que nos será repetida ao longo da Quaresma.

Através desse sacramental a Santa Igreja intercede ante Deus e implora para o fiel graças de penitência e conversão.Pede também que possamos, pela observância da Quaresma, obter o perdão dos pecados e viver uma efetiva mudança de vida.

Francisco recebe as cinzas

Ao receber as cinzas deveríamos nos sentir estimulados a fazer um cuidadoso exame de consciência com vistas a uma boa Confissão!

Estando a Santa Igreja rezando por nós, não nos faltará o auxílio necessário para chegar ao glorioso dia da Ressurreição do Senhor com uma alma inteiramente limpa e renovada.

 

(Condensado do artigo “Lembra-te, homem, que és pó…” de autoria do Pe. Inácio Montojo, EP, na revista Arautos do Evangelho, nº 134, de fevereiro de 2013, pp. 18-20. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )

 

Ilustrações: Arautos do Evangelho, Osservatore Romano.

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