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Perfume em frasco pequeno

O conhecido orador sacro e escritor, Pe. Antônio Vieira, assim conclui uma de suas cartas ao Rei de Portugal: “Perdoe-me Vossa Alteza a extensão desta carta, mas é que não tive tempo de fazer uma menor”.(1) E não é ironia. Muitas vezes, é mais difícil expressar resumidamente um pensamento do que expô-lo sem a preocupação de ser breve. Esta frase do Pe. Vieira veio-me à memória a propósito de algo muito difícil de dizer em poucas palavras. Mas o Mons. João Clá conseguiu.

Como sintetizar num simples post a imensidade do amor que nos tem o Sagrado Coração de Jesus? Aqui entra o texto do Mons. João Clá.

Em um de seus livros, quis ele sintetizar a imensidade desse amor misericordioso de Jesus por cada um de nós. Para tal, transcreveu trechos das palavras do próprio Nosso Senhor à Soror Josefa Menendez:(2)

 

Ah! Se as almas soubessem como as espero cheio de misericórdia! Sou o Amor dos amores! E não posso descansar senão perdoando!

Estou sempre esperando com amor que as almas venham a Mim! Venham!… Atirem-se nos meus braços! Não tenham medo! Conheço o fundo das almas, suas paixões, sua atração pelo mundo e pelos prazeres. Sei, desde toda a eternidade, quantas almas me hão de encher o Coração de amargura e que, para grande número, os meus sofrimentos e o meu sangue serão inúteis! Mas, como as amei, assim as amo…

Não é o pecado que mais fere o meu Coração… O que o despedaça é não quererem as almas refugiar-se em Mim depois de o terem cometido.

Sim, desejo perdoar e quero que as minhas almas escolhidas deem a conhecer ao mundo como o meu Coração, transbordando de amor e de misericórdia, espera os pecadores.

Queria dar-lhes a compreender que não é pelo fato de estarem em pecado mortal que devem afastar-se de Mim. Não julguem que já não há remédio para elas e que nunca mais serão amadas como foram outrora! Não, pobres almas, não são estes os sentimentos de um Deus que derramou todo o seu sangue por vós!

Vinde a Mim e não temais, porque Eu vos amo! Desejo que as almas creiam na minha misericórdia, esperem tudo da minha bondade e não duvidem nunca do meu perdão. Sou Deus, mas Deus de amor! Sou Pai, mas Pai que ama com ternura e não com severidade.

É fácil esperar tudo do meu Coração!(3)

(1) Pe. Antônio Vieira, Obras Completas, Círculo de Leitores, Lisboa, 2013, Volume I -ver www.círculo.pt
(2) Soror Josefa Menéndez, Apelo ao Amor – Editora Santa Maria, Rio de Janeiro, 1962
(3) Mons. João S. Clá Dias, Sagrado Coração de Jesus – Tesouro de bondade e de amor, Associação Católica Nossa Senhora de Fátima, São Paulo, 2002 – citando a fonte (2) acima.
Ilustrações: Arautos do Evangelho, ACNSF

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