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Humanidade pródiga

O pai recebe com afeto o filho pródigo

Abrir um jornal, ligar uma televisão ou qualquer outro meio de informação (as propaladas mídias), em geral ao cabo de algum tempo de noticiários a sensação cada dia mais frequente é a de náusea: os crimes mais abomináveis, a falta de compostura — para falar em termos brandos… — daqueles de quem se deveria esperar pelo menos honestidade, a violência desenfreada, as intrigas, a devassidão, são o prato do dia a dia.

Se observarmos bem, onde a maioria dos homens — e mulheres — põe a mão parece só gerarem desastres, discórdias, tudo apontando para um futuro sombrio.

Entretanto há uma solução. Para ela nos aponta o Mons. João Clá Dias, EP, Fundador e Superior dos Arautos do Evangelho em consonância com a convicção de que Deus não nos abandonará.

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Violeta ou rosa

Certas coisas se espalham e ganham prestígio no público, mas muitas vezes as razões pelas quais algo ou alguém tornou-se famoso perde-se com o tempo.

O caro internauta lembra-se de quem é Leandro Picci? Por que ele seria conhecido?

Já ouviu falar em Santo Antônio de Pádua? Sabe por que ele é tão famoso?

Provavelmente o internauta não conheça Leandro Picci. Quem escreve estas linhas também não. Simplesmente porque ele não existiu.

É bem diferente com Santo Antônio de Pádua: é ultra conhecido, venerado mundialmente. A ele se recorre em múltiplas dificuldades. Mas como ele tornou-se conhecido?

Antônio, ou melhor, Fernando — pois esse era seu nome de batismo — português de origem, queria ser missionário no norte da África mas ventos contrários fizeram o navio em que viajava aportar na Itália. Lá conheceu São Francisco de Assis e tornou-se franciscano. Exerceu com sucesso vários cargos na Ordem, mas a Providência o chamou aos estudos e a polêmica com heresias que então surgiram.

A Ordem franciscana, sempre fiel ao seu Fundador — ainda vivo — viu surgir com todo esplendor um franciscano que ao invés da esmola física distribuía a esmola da boa doutrina. E para isso estudava muito. Alguns se alarmaram. Afinal eram mendicantes! O que vem fazer um estudioso em nosso meio?

O “caso” chegou a São Francisco de Assis. Qual a reação deste mendicante por excelência? Teria imaginado que Frei Antônio estava fora do caminho?

Francisco, entretanto, manifestou enorme alegria em ver surgir no meio franciscano um estudioso. E não só aprovou mas incentivou Frei Antônio.

Seria longo para um simples post contar os feitos intelectuais de Santo Antônio. Apenas para se ter ideia, citemos pequeno trecho de um sermão do Santo, tão conhecido em suas imagens portando o Menino Jesus.

“Se maltratas uma criança, mas depois lhe mostras e dás de presente uma flor, uma rosa ou algo do gênero, ela se esquece da injúria recebida e, sem cólera alguma, corre a abraçar-te.

Da mesma forma, se ofenderes Nosso Senhor Jesus Cristo pelo pecado mortal ou qualquer ação injuriosa, mas depois Lhe ofereces a flor da contrição ou a rosa de uma confissão banhada em lágrimas — as lágrimas são o sangue da alma — Ele esquecerá tua ofensa, perdoará tua culpa e correrá a abraçar-te e oscular-te”.(1)

(1) Sermão no Natal do Senhor, 11, Santo Antônio de Pádua

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Cariacica homenageia o Sagrado Coração de Jesus

A solenidade do Sagrado Coração de Jesus, celebrada no último dia 7 foi tocante.

A celebração eucarística presidida por D. Rubens Sevilha, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória foi concelebrada pelo Pe. Alexandro Firmino Barbosa, pároco da Igreja do Sagrado Coração de Jesus. O ato foi antecedido de uma procissão da qual participaram também os Arautos de Evangelho. Chegada à Matriz, a procissão foi recebida por uma alegre salva de fogos de artifício.

Os integrantes do Terço dos Homens participaram em grande número, pois como costumam afirmar: “acabou-se a época em que se achava que rezar é só para as mulheres. Nós homens fomos também criados pelo mesmo Deus, e queremos mostrar que O amamos pois é nosso Pai”.

Na homilia, Dom Rubens Sevilha ressaltou a confiança que devemos ter no Coração de Jesus, que é humano, mas que tem uma capacidade ilimitada de amar, por ser Deus. Nós nunca podemos, nem sequer pensar, que não nos será dado o perdão por qualquer pecado e que não somos mais amados por Deus.

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Vem muito a propósito citar trecho das revelações do Sagrado Coração a Soror Josefa Menéndez, freira espanhola que está em processo de canonização:

“Ah! Se as almas soubessem como as espero cheio de misericórdia! Não posso descansar senão perdoando!

Estou sempre esperando com amor que as almas venham a Mim! Venham!… Atirem-se nos meus braços! Não tenham medo! Conheço o fundo das almas, suas paixões, sua atração pelo mundo e pelos prazeres. Sei, desde toda a eternidade, quantas almas me hão de encher o Coração de amargura e que, para grande número, os meus sofrimentos e o meu sangue serão inúteis! Mas, como as amei, assim as amo…

Não é o pecado que mais fere o meu Coração… O que o despedaça é não quererem as almas refugiar-se em Mim depois de o terem cometido.

Sim, desejo perdoar e quero que as minhas almas escolhidas deem a conhecer ao mundo como o meu Coração, transbordando de amor e de misericórdia, espera os pecadores.

Queria mostrar às almas que nunca lhes recuso a minha graça, nem mesmo quando estão carregadas dos mais graves pecados, e que não as separo então daqueles que amo com predileção. Guardo-as todas no meu coração, para dar a cada uma o que seu estado reclama.

Não é pelo fato de estarem em pecado mortal que devem afastar-se de Mim. Não julgem que já não há remédio para elas e que nunca mais serão amadas como foram outrora!

Não, pobres almas, não são estes os sentimentos de um Deus que derramou todo o seu sangue por vós!

Sou Deus, mas Deus de amor! Sou Pai, mas Pai que ama com ternura e não com severidade.

É fácil esperar tudo do meu Coração!” (*)

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(*)Apelo ao amor, Sóror Josefa Menéndez, Editora Santa Maria, Rio de Janeiro

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Agradável convívio…

Como é bom e agradável, os irmãos viverem juntos e bem unidos (Sl. 132,1).” Neste domingo, a grande “família” dos Arautos do Evangelho quis fazer jus às palavras do salmista. E nada melhor do que iniciar a programação com a Santa Missa, que foi celebrada pelo Pe. Arthur Francisco Juliatti dos Santos, vigário paroquial da arquidiocese de Vitória-ES e cantada pelo coro juvenil dos Arautos.

Após a Missa, um almoço repleto de saborosas iguarias deu ocasião a um agradável e afetuoso convívio entre familiares e amigos dos Arautos. Um terço de pedra malaquita foi oferecido pelos jovens ao Pe. Artur, em sinal de amizade e gratidão.

À refeição seguiu-se o animado conjunto de atividades  de domingo com treinos de música, reuniões de formação, catecismo e orações, num ambiente de alegria próprio aos que praticam a virtude e evitam o pecado.

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Por que somos tentados?

     No primeiro domingo da quaresma, a liturgia da Igreja nos apresenta um tema muito comum na vida dos homens: a tentação! Há muitos que desconhecem ou não tem presente ao espírito, a verdadeira natureza e o caráter das tentações. Todos têm suas tentações, e muitas. E, entre os diversos caminhos pelos quais Deus conduz as almas escolhidas, está a vereda das tentações.

     A tentação é o caminho pelo qual todos devem trilhar. Passam por entre multidões de tentações, atravessando uma após outra, e cada qual excede a anterior em fealdade. O fato de poder Deus fazer consistir o caminho da perfeição também em tentações lança, no entanto, considerável luz sobre o porquê da tentação em geral. Em suma, como disse São Thiago, é necessário que haja tentações, pois não poderá ser coroado aquele que não batalhar varonilmente (Cf. Tg. 1,12), e a tentação é um excelente adversário; não existem ao acaso, mas são inerentes à condição humana; não se cruzam no ar como balas sobre um campo de guerra, pois cada tentação já tem sua coroa preparada, se a alma corresponder à graça e alcançar a vitória.

     Assim disse o sábio: “Filho, se queres servir a Deus, conserva-te na justiça e no temor e prepara-te para a tentação (Eclo. 2,1).” E ainda: “Não é acaso uma luta a vida do homem sobre a terra? (Jó. 7,1)”. Depois do pecado de Adão o homem só descansará das guerras espirituais no Céu, pois no dizer de São Jerônimo sobre a passagem “Tempo de guerra e tempo de paz” (Eclo. 3,8), enquanto habitamos neste mundo é tempo de guerra, quando passarmos ao outro, será tempo de paz.[1] Assim, nessa terra será sempre tempo de peleja enquanto a morada do homem for uma tenda corruptível e mortal.

     Contudo, muitas são as pessoas que se queixam amargamente de suas tentações, visto que elas se apresentam sob as formas mais diversas: atração, desejo, repulsa, desagrado, lentidão, omissão, negligência e precipitação. Em virtude disso, afetam todas as ordens: deveres de estado, classes sociais, orgulho, pureza, justiça, piedade etc.

     As tentações podem ser interiores, quando nascem dos sentidos livres e indisciplinados, quer das paixões ardentes e desregradas da concupiscência desordenada pelo pecado original; exteriores, quando por ação diabólica ou não, causam deleitações as riquezas, as honras, as afeições mal concebidas e as distrações; ou uma e outra ao mesmo tempo. Quanto às que participam das duas naturezas, possuem os atrativos de ambas. Em síntese são polimórficas.

     Vistas, porém, sob certo aspecto, todas as tentações consistem numa aliança entre o que está dentro e o que está fora do homem. Nem todas as tentações provêm do demônio, todavia deve-se receá-lo e ter uma ideia clara das funções terríveis e malignas que lhe atribui a Escritura, pois, como diz São Pedro: “Sede sóbrios e vigilantes! Eis que o vosso adversário, o diabo, vos rodeia como leão a rugir, procurando a quem devorar” (1Pd. 5,8).

     No entanto, as tentações constituem matéria prima para a glória; saber governá-las é tão importante quanto governar um império e requer vigilância ainda maior.[2]Por grandes que sejam as aflições e os desgostos que as tentações possam causar à alma, é, em geral, dom de Deus não ser preservada delas. Por três vezes implorou São Paulo que lhe fosse tirado o aguilhão que o atormentava. Contudo, a resposta recebida de Deus, “basta-te a minha graça” (Cf. 2Cor. 12,7-10), mostra quão precioso é o dom da tentação, ou a permissão divina pela qual se é tentado.


[1] Cf. SÃO JERÔNIMO, in. RODRÍGUEZ, Alonso. Ejercicio de Perfección y Virtudes Cristianas. Tomo II. Madrid: 1930. p. 463.

[2] Cf. WILLIAM FABER, Frederick. Progresso na vida espiritual. Rio de Janeiro: Editora Vozes Ltda, 1947. p. 252